A folha em branco
O convite aceito
Uma linha aleatória
O risco no papel
A tinta preta no papel branco
A linha seca
Sem movimento
Pensamento inerte
Sem direção
Um ponto fixo
Uma ideia fixa
Um barulho interno
A caneta na mão esquerda
Outra linha torta
Outro olhar perdido
A parede branca
A porta fechada
Um rabisco de nada
quarta-feira, 26 de novembro de 2014
Brainstorming
Voo de Liberdade
Se eu tivesse asas
Voaria
Até o fim dos meus dias
Bem pra longe daqui
Talvez pra perto de ti
Não me prenderia ao chão
Não me curvaria à razão
Apenas seria livre
Como um verso modernista
Voaria
Até o fim dos meus dias
Bem pra longe daqui
Talvez pra perto de ti
Não me prenderia ao chão
Não me curvaria à razão
Apenas seria livre
Como um verso modernista
Naufrágio
A morte veio lenta
Devagar e sonolenta
Me levar pra algum lugar
Bem pra lá do além-mar
Num barquinho de papel
Que para o fim da rota singrava
E pra algum lugar me levava
Que eu ainda não conhecia
Quanto mais eu me distanciava
Mais o barco se desfazia
E enquanto minha alma fugia
Eu via a morte se despedir de mim
Devagar e sonolenta
Me levar pra algum lugar
Bem pra lá do além-mar
Num barquinho de papel
Que para o fim da rota singrava
E pra algum lugar me levava
Que eu ainda não conhecia
Quanto mais eu me distanciava
Mais o barco se desfazia
E enquanto minha alma fugia
Eu via a morte se despedir de mim
Do Rio ao Mar
Tem sal no rio
É peixe de água doce
Que não sabia nadar
Que aprendeu a voar
É peixe com pena
Que fugiu pro mar
Em uma bolha de ar
Que eu vi a onda levar
É peixe de água doce
Que não sabia nadar
Que aprendeu a voar
É peixe com pena
Que fugiu pro mar
Em uma bolha de ar
Que eu vi a onda levar
Tempestade em Copo D'água
Tu me deste um gole de felicidade
Tu encheste a taça
Até que transbordasse
Aquela pequena insanidade
De dentro da garrafa
Tu me embebedaste
E só com um pingo causaste
Uma tempestade em copo d'água
Tu encheste a taça
Até que transbordasse
Aquela pequena insanidade
De dentro da garrafa
Tu me embebedaste
E só com um pingo causaste
Uma tempestade em copo d'água
domingo, 16 de novembro de 2014
Foda-te!
Engole essa porra
Que ejaculas
E prova se é doce
Como tua boca rotula
Enfia no teu cu
Toda tua picardia
E que doa
E que arda
Sem nenhuma anestesia
Se não foi bom para ti
Reclama
Veste a carapuça
E arruma essa cama
Que ejaculas
E prova se é doce
Como tua boca rotula
Enfia no teu cu
Toda tua picardia
E que doa
E que arda
Sem nenhuma anestesia
Se não foi bom para ti
Reclama
Veste a carapuça
E arruma essa cama
Isso É Uma Pornô
Criticas o que escrevo
Achas que tudo é pornô
Então acho-me no direito
De declarar-te o meu amor
És tão sujo
Que a tal linguagem que uso
Não é suficiente para descrever-te
És tão impuro
Quanto os versos mais chulos
Que pensei dedicar-te
Para teu agrado
Tenho cá um bocado
De versos despidos e imorais
Estão todos corrompidos
Mas não ficarão escondidos
Nem enfeitados com arranjos florais
Achas que tudo é pornô
Então acho-me no direito
De declarar-te o meu amor
És tão sujo
Que a tal linguagem que uso
Não é suficiente para descrever-te
És tão impuro
Quanto os versos mais chulos
Que pensei dedicar-te
Para teu agrado
Tenho cá um bocado
De versos despidos e imorais
Estão todos corrompidos
Mas não ficarão escondidos
Nem enfeitados com arranjos florais
Quando Eu Disser Que Não Te Amo
Quando eu disser que não te amo
Ponha veneno em minha bebida
Jogue ácido em minhas feridas
Provavelmente eu já esteja morto
Ponha veneno em minha bebida
Jogue ácido em minhas feridas
Provavelmente eu já esteja morto
O Mar
Amar o mar
E não poder tocar
As ondas quebram nos olhos
E transbordam
O mar é imenso
Imenso é amar
O mar que amo
Em que me afogo
Mas nunca vi o mar
Amar é inundar
O mar
E amar
E não poder tocar
As ondas quebram nos olhos
E transbordam
O mar é imenso
Imenso é amar
O mar que amo
Em que me afogo
Mas nunca vi o mar
Amar é inundar
O mar
E amar
Inverso
O verso pode ser o inverso
Daquilo que se diz
Pode parecer feliz
E não ser
Pode transparecer
O que não se lê
O verso não é reto
Ele tem curvas
Ele não cabe no papel
Ele não está lá
Resta a quem o lê
Procurar...
Daquilo que se diz
Pode parecer feliz
E não ser
Pode transparecer
O que não se lê
O verso não é reto
Ele tem curvas
Ele não cabe no papel
Ele não está lá
Resta a quem o lê
Procurar...
Incômodo
Há um cômodo vazio e desfuncional
Deteriorando-se à espera do bom uso
Caindo aos pedaços a cada ameaça de tremor
A cada alarme falso de amor
Deteriorando-se à espera do bom uso
Caindo aos pedaços a cada ameaça de tremor
A cada alarme falso de amor
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